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ES Os ciclos econômicos de América Latina (LATAM) são altamente vulneráveis a mudanças nas tendências econômicas globais, e a desaceleração esperada para 2023 provavelmente terá um impacto significativo nessa região.
Além disso, a LATAM enfrenta seis grandes desafios este ano que exigem maior atenção, incluindo desigualdade socioeconômica, instabilidade política, mudança climática, des(inflação), recuperação de empregos e crescimento econômico lento pós-pandemia.
- Desigualdade socioeconômica
A América Latina e o Caribe estão em um estado de baixo crescimento e alta desigualdade. Apesar das melhorias ao longo dos anos, continua a ser a segunda região mais desigual do mundo (depois da África), com países que apresentam maior desigualdade de renda do que os de outras regiões com níveis de desenvolvimento semelhantes.
Na América Latina, os mais ricos representam 10% (ou menos) da população de um país e controlam quase 54% da renda nacional. Além disso, de acordo com um relatório da Comissão Econômica das Nações Unidas para a região, a CEPAL, 200 milhões de pessoas vivem na pobreza, sendo que 82 milhões estão na pobreza extrema.
Como resultado, as cidades são altamente segregadas por renda, e a diferença entre as classes alta e baixa é maior do que nunca, um fenômeno que afeta a forma como as pessoas interagem e se estende à educação, à saúde, à urbanização e a muitas outras facetas da sociedade.
- Instabilidade política
Ondas de protestos e agitação social devido ao cenário socioeconômico causam grave instabilidade política na região, e muitos países latino-americanos estão passando por momentos de alta polarização política:
- No Brasil, o setor bolsonarista estava nas estradas, insurgindo-se contra o triunfo de Luiz Inácio Lula da Silva (o atual presidente).
- Em dezembro de 2022, Pedro Castillo, ex-presidente do Peru, foi destituído do cargo e preso, e sua vice-presidente, Diana Boluarte, assumiu seu lugar. Houve marchas em todo o país que deixaram vítimas fatais.
- Na Bolívia, Luis Fernando Camacho, governador da região mais rica do país (Santa Cruz de la Sierra), foi recentemente preso e acusado de organizar um "golpe de Estado" contra o ex-presidente Evo Morales em 2019.
- Em El Salvador, a guerra do presidente Nayib Bukele contra as gangues continua.
- Em 11 de janeiro de 2023, o Congresso do Chile aprovou um projeto de lei para iniciar um novo processo de elaboração da constituição.
- No ano passado, protestos violentos contra as políticas econômicas do presidente do Equador, Guillermo Lasso, paralisaram a capital do país e outras regiões.
- O ano do México começou com eventos significativos que moldarão seu futuro, incluindo reforma eleitoral, escândalos de corrupção, renovação de pessoal na Suprema Corte, ataques ao Instituto Nacional Eleitoral e eleições regionais antes das eleições presidenciais de 2024.
- Este ano, haverá eleições presidenciais na Guatemala, Argentina e Paraguai.
- Mudanças climáticas
A mudança climática já está afetando a região de forma devastadora, com as temperaturas aumentando mais rapidamente do que historicamente. Além disso, eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, também estão causando imensa destruição e contribuindo para a desaceleração do crescimento econômico e da inflação.
Um relatório recente da Moody's Analytics sugeriu que, sem novas políticas para mitigar seus efeitos, a mudança climática poderia reduzir o PIB da América Latina em até 20% até o final deste século.
Fique atento à segunda parte deste artigo, que se concentrará nos três outros grandes dilemas enfrentados pela América Latina em 2023: des(inflação), recuperação do emprego e crescimento econômico lento pós-pandemia.
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